quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

FIM AO MASSACRE DE GAZA!

FIM AO MASSACRE DE GAZA!

POR UM ANO NOVO SEM CRIMES DE GUERRA ISRAELITAS!


No momento em que festejamos a passagem de ano com fogos de artifício na cidade de Lisboa, o povo de Gaza vive sob o fogo real da artilharia e da aviação israelita.

Nos primeiros dez minutos da ofensiva morreram mais de 200 pessoas e ficaram feridas ou estropiadas mais de 600. Alegadamente, tudo isto era resposta "proporcional" aos morteiros artesanais palestinianos, que em 7 anos mataram 20 israelitas. Na verdade, o bombardeamento israelita é um novo passo na destruição do povo palestiniano: neste momento já há outras tantas centenas de mortos e milhares de feridos; prosseguem os ataques a uma população que não tem para onde fugir nem como se defender, já que a Faixa de Gaza tem vivido sob um bloqueio que priva os seus habitantes de água potável, de energia, de alimentos, de medicamentos.

O cessar-fogo que os EUA, a UE e a ONU exigem aos palestinianos seria, nessas condições, a morte lenta para um povo cercado. Se alguém aqui está a defender-se, são os palestinianos de Gaza, que elegeram democraticamente o seu governo e a quem o Estado de Israel tem invadido, ocupado e roubado as terras, as propriedades e as casas.

Não vamos calar-nos diante dos crimes de guerra e do abuso de força. Apelamos à participação de todos e todas nas acções que estão a ser preparadas por várias organizações em Lisboa:


5 de Janeiro a partir das 18h
no Largo de S. Domingos, ao Rossio, junto ao memorial às vítimas da intolerância

*
8 de Janeiro a partir das 18h
em frente do check-point que a embaixada israelita instalou na colonizada Rua António Enes, nº 16, a S. Sebastião



Esta última iniciativa é apoiada por:
Associação Abril - Bloco de Esquerda - CGTP - Colectivo Mumia Abu-Jamal - Colectivo Revista Rubra - Comité de Solidariedade com a Palestina - CPPC - Fórum pela Paz - MDM - Monthly Review - MPPM - Plataforma Guetto - Política Operária - Shift - SOS Racismo - SPGL - Tribunal do Iraque

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Casa do Alentejo, sempre anti-fascista!

Dedico este relato de Mário Dionísio aos frequentadores da Casa do Alentejo:

«Enchia-se-nos a casa de amigos. Velhos e novos amigos. Com muita parra à mistura, é bem verdade. Não há uvas sem parras. Juntos projectámos e organizámos, na mesma sala onde lavro este documento para a posteridade (que não há), muita coisa que esforçadamente ergueu o punho contra a barbárie fascista. Se esta sala falasse, nunca mais se calava.
As conferências, por exemplo, do Grémio Alentejano, que assim se chamava, em 43, a Casa do Alentejo, foram aqui planeadas. Uma série de palestras ilustradas com recitais de poesia e música (de música, estou dizendo), destinadas a um vasto público e aqui pensadas por amigos vários, entre os quais me ocorrem de momento a Francine Benoit, o Sidónio Muralha, o Alexandre Cabral, de cabelos à cão-d'água, risca ao meio, camisa azul-da-prússia e gravata amarela, jogava râguebi, bem bom. Como era então difícil conseguir uma sala! E alugar um piano?
A primeira conferência, do Bento de Jesus Caraça - "Algumas reflexões sobre Arte" -, sala cheia, decorreu sem problemas de maior. Mas, na segunda (e última), já os mastins tinham acordado, tudo mudou de figura. Sala ainda mais cheia. Falava o Lopes Graça sobre música medieval e punha um novo disco para documentar o que dizia, quando, no silêncio momentâneo, se ouviu, lá das últimas filas, uma voz avinhada, toda escorropichante: "Vira o disco e toca o mesmo!"
Era o sinal. Os mercenários atiraram-se ao público como feras esfaimadas. Cães à solta. Confusão. As coisas não foram, no entanto, assim tão fáceis para eles. Nós tínhamos, a toda a volta da sala, um cordão de operários da Carris, trazidos pelo Cabral, me parece, que trabalhava na empresa. De livre vontade ali estavam para o que desse e viesse. E o que veio foi uma sessão de brutal pancadaria. Brutal, não exagero. Os mastins excitavam-se a si mesmos, trepando a cadeiras para berrar: "Quem é que disse morra a Pátria?" E, dessas mesmas cadeiras se servindo como camartelos, berravam: "Viva a Pátria! Viva Salazar!" Os corpos engalfinhavam-se nas salas, rebolavam pelas escadas do Grémio Alentejano abaixo até à rua e, na rua, até à esquadra do Rossio. Apesar da indignação que tudo isto provocava, ainda nos mais calmos, Caraça maravilhava-se: como era possível haver ainda gente pronta a bater-se, e de tal modo, em defesa da cultura!»

Mário Dionísio, Autobiografia, edições O Jornal, 1987, pp. 39 e 40.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Congresso Karl Marx

Congresso Internacional Karl Marx
14, 15 e 16 de Novembro de 2008
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa

Sexta feira, 17.00

Sessão da Abertura

Sexta feira, 17.30 - Painéis

1. Corpo, Género e Sexo
Tatiane Pacanaro Trinca – Em busca do corpo perfeito
Bruno Maia – Medicina e Capitalismo
Helena Pinto – Sujeito politico feminista

2. Estética e Partidos Comunistas
João Marques Lopes – Mário Dionísio e A Paleta e o Mundo: com Jdanov ou com Lunatcharsky? Concepções de arte entre os comunistas portugueses (1952-1962)
João Madeira - Poemas errados e engenheiros de pontes: tensões no PCP em matéria de literatura e arte
O jornal cultural italiano no pós-guerra e as políticas artísticas do Partido Comunista

3. Estado e Socialimo
Diana Raby – Socialismo ou poder popular revolucionário? Questionar os velhos esquema
Júlio Guanche Zaudivar– Socialismo de estado na América latina: Critica, Balanço e Perspectivas
António Louçã – Marxismo e Democracia Burguesa – como é impossível o Parlamentarismo

4. Novos e Velhos Piquetes
Renake Neves – O movimento piqueteiro e a requalificação da luta política dos grupos subalternos na Argentina pós-1980
Elaine Amorim – Neoliberalismo e lutas sociais: a emergência dos movimentos piqueterose altermundialistas no contexto neoliberal
Leila Yacoub – Luta pela redução da jornada de trabalho

Sexta feira, 19.00 - Sessão Plenária
Paolo Virno - Apologia do Comum e Crítica do Universal
Alberto Toscano - Algumas reflexões sobre marxismo, religião e tempo
Comentador - António Guerreiro

Sábado, 09.30 - Painéis

5. Capitalismo Global e Crise Financeira
Jorge Grespan – A crise como desmedida do capital
Francisco Louçã – Recessão em 2008 e 2009: Turbulência nos Mercados e Crise do Capitalismo
Jörg Huffschmid – Financialisation: the emergence of a new constellation in contemporary

6. Novos movimentos sociais em espaço urbano
Sónia Lima – Novas lutas urbanas no Brasil
Jaime Pinho – Peões de todo o mundo, uni-vos
Maria José Araújo e José Machado de Castro – Lutas de Classes pelo direito ao espaço urbano

7. Tempo, Disciplina e Capitalismo
Marina Monteiro de Castro e Castro - O Trabalho Na Área Da Saúde
Cristiano Wellington Noberto Ramalho - O Sentir dos Sentidos dos Homens do Mar: Corpo, Trabalho e Liberdade
Zuleide Silveira . O Governo de Lula da Silva:”revolução dentro da ordem”ou “governo da ordem”

8. História dos Movimentos Marxistas
Jordana Santos – Foquismo e maoísmo na América latina
Jorge Fontes - Da IV Internacional ao maoísmo
Flor Neves - O “morenismo”

9 – Comunismo em Portugal ao Longo do Século XX
Ricardo Noronha – Lenine em Portugal
Miguel Cardina – Maoísmo 64-74
António Simões do Paço - O PCP e o Estado, da «reorganização» de 1941 à revolução de Abril de 1974.

Sábado, 11.00 - Painéis

10. Trabalho, Economia e Sindicalismo
Ricardo Antunes – Da crise da sociedade do trabalho à nova morfologia do trabalho
Carlo Vercellone – Viabilidade e fundamentos do rendimento garantido
Manuel Carvalho da Silva – Trabalho e Sindicalismo em Tempo de Globalização

11. Socialismo na Venezuela
Eduardo Henriques – A Revolução Bolivariana: a história como farsa
Josias de Paula – Que socialismo para o século XX? O caso Venezuela.
Francisco Furtado – Processo Revolucionário Bolivariano

12. Mercado, Capital e Emprego
Carlos Pimenta – Trabalho produtivo, globalização e economia-sombra
Edneia Oliveira – A politica de emprego e a mistificação da relação capital-trabalho
Paulo Nabuco - Qual a Cor do Gato? Considerações sobre o socialismo de mercado com características chinesas

13. História do Socialismo e do Movimento Operário no Século XX
Steven Forti – “Faz como na Rússia!” Pensamento e prática política do socialismo maximalista italiano no biénio vermelho (1919 – 1920)
Juan Trias Vejarano – Do Marxismo Leninismo a Gramsci: Teoria e Prática do PCE
João Arsénio Nunes - O Congresso Internacional dos Escritores para a Defesa da Cultura (Paris, 21 a 25 de Junho de 1935)

14. A revolução portuguesa de 1974/5
Manuel Loff – Leituras hegemónicas da rev. Portuguesa no universo simbólico e cultural da viragem do século
Raquel Varela – O PCP no PREC
Miguel Perez Suarez – Comissões de Trabalhadores na revolução Portuguesa

Sábado, 12.00 - Sessão Plenária

Fernando Rosas - Memória e Hegemonia na Historiografia Contemporânea
Carmen Molinero, Pere Isàs - Os movimentos sociais em Espanha: da ditadura à democracia
Comentador - Manuel Loff

Sábado, 15.00 - Painéis

15. Correntes Marxistas
Leandro Galastri – O pensamento de Georges Sorel na composição do Marxismo de Gramsci
João Valente Aguiar - O legado teórico de Lenine: digressão da sua obra produzida entre Fevereiro e Outubro de 1917
Walter Beier – Otto Bauer e o Austro-Marxismo

16. Marxismo, Realismo e Formalismo
Carlos Vidal - "Formalismo como marxismo: eixo Courbet-Manet-Impressionismo"
Miguel Cardoso: Marxismo, arte abstracta e conteúdo
Juarez Torres Duayer – Luckács e a estética marxista

17. Marxismo em Portugal
Carlos Bastien – Marxismo e Economia Politica: a visão de Bento de Jesus Caraça
Helena Neves – Filosofia da cultura como praxis em Bento de Jesus Caraça
Luís Crespo Andrade – A Inscrição do Marxismo na Cultura Portuguesa

18. Grundrisse e trabalho
Henrique Amorim – Trabalho imaterial, forças produtivas e socialismo do Grundrisse
Daniel Andrade – Trabalho Imaterial, controlo emocional e desigualdade
Bruno Monteiro – Reacender o “fogo vivo e criador” . Uma investigação etnográfica do trabalho e da presença operária no quotidiano fabril

19. Estado, identidade e Migrações
José Mapril, Ramon Sarró – Mamdani em Schengen: Cidadãos e súbditos na Europa contemporânea
João Coimbra – Sardinha: analgésico para a fome
Mamadou Ba – Fundamentalismo Islâmico e Origens de Classe

Sábado, 16.30 - Painéis

20. Genealogias do Trabalho Vivo
Mateo Mandarini – Política operária
Ben Dawson – Força, Matéria e Trabalho. A dinâmica do trabalho nos anos 1970's
José Neves – Economia moral e império

21. Representado a emancipação: o comunismo nas artes
André Dias – Sobre o Involuntarismo da Esquerda
Luís Trindade – Representar o Comunismo
José Filipe Costa – Torre Bela

22. Economia Política da Cultura e do Lazer
Peixoto et. al. – Classes, Trabalho e Lazer: Modo de produção como eixo
João Romão – Produto turístico: mercantilização do lazer, turismo e território
Carla Luís – Desenvolvimento e cultura na sociedade global

23. Estado e Violência
Valerio Arcary - As esquinas perigosas da História
Nuno Tito – Mais violência, se faz favor
José Nuno Matos – “Por baixo da calçada, a dinamite”: Luta armada na Itália e na Alemanha na década de 70

24. Marxismo e Eurocentrismo
Michel Cahen – Criticando um certo marxismo de um ponto de vista marxista: o marxismo e a problemática eurocentrada da problemática das nações
Carimo Mohomed – Islamismo(s), Marxismo(s) e terceiro mundo – ideologias em conflito, ideologias em cooperação
Lincoln Secco – Caio Prado Júnior

Sábado, 18.00 Painéis

25. Estado Providência e Serviços Públicos
Sara Granemann – Contra-reformas providenciarias – elementos para o debate da financeirização das politicas sociais
Jean-Marie Monnier - O Estado-Providência na transição para um capitalismo cognitivo
Asbjorn Wahl – Ascensão e queda do Estado Providência

26. A Emancipação Pela Arte
Marilda - Literatura epistolar e criação poética de si
José Soeiro - Teatros em Luta: haverá uma poética marxista libertadora?
Patrícia Santos – Kafka, um realismo metamorfoseado

27. Sindicalismo e Luta De Classes
Eduardo Alves – As fases do sindicalismo Brasileiro
Paulo Tumolo – A trajectória da CUT do Brasil
Lia Tiriba – Estratégias de Trabalho e Sobrevivência

28. Alienação e Capital
Alba Maria Pinho De Carvalho – Diálogo crítico com o pensamento de Boaventura Sousa Santos - Na busca de alternativas para além do Capital
Pedro Mota - Incompreensão dos momentos do constituir do marxismo expressando-se em duas interpretações opostas : humanismo e estruturalismo sociológico e economicista.
Wolney Carvalho et. al. – Impossibilidade da emancipação humana na economia politica de Marx

29. Marxismo e a Questão Nacional
Mariana Avelâs: «Cherishing all the children of the nation equally»: A(s) Irlanda(s) e o desafio pós-colonial
Diego Diaz Alonso – Os comunistas e o conflito Vasco na transição espanhola
Alexandra Dias Santos - O Prometeu Africano
Nara Santana – Conflitos étnicos e nacionalismos no Brasil desde 1930: nazismo, integralismo e o debate das raças no pais

Domingo, 09.30 - Painéis

30. Luta de classes e luta de sexos: tensões e encontros entre Marxismo e Feminismo
Manuela Tavares - Feminismo e Marxismo: um “casamento” mal sucedido? Os novos desafios para uma corrente feminista de esquerda
Birge Krondorfer - Sobre a igualdade de géneros
Cláudia Nogueira - Divisão sexual do trabalho

31. Internacionalismo, proletariado e nação
Marcos del Roio – A dinâmica geopolítica da Internacional Comunista
Ana Barradas – Classes há muitas, só uma faz a revolução
Daniele Oliveira – Uma leitura sobre a Dinâmica mundial do capitalismo contemporâneo: new economy, império ou capitalismo monopolista da fase imperialista

32. Marxismo, ambiente e ciência
Rita Calvário – Luta Ecológica e luta de classes
Eunice Trein – Contribuição do Marxismo à Educação Ambiental
Alda Sousa – Os desafios da Genética e a Esquerda do século XXI

33. Partido e Politica
Luís Fazenda – Partido Razão Necessária
António Revez – O modelo de partido da "velha" e da "nova" esquerda: uma análise comparativa dos estatutos do PCP e do BE.
Carlos Santos – Marxismo e Socialização Politica

34. Marxismo e História
J. P. Avelãs Nunes – O marxismo: sujeito e objecto de conhecimento na história contemporânea (colocar junto a filosofia das ciências?)
Carlos Zacarias JR. – Gramsci e a História
Mário Tomé – A Ideologia na Derrota das Revoluções (?)

Domingo, 11.00 - Painéis

35. Marx, Estado e Revolução
Franklin Trein – Com quantos Marx se faz uma teoria revolucionária? (Contra Althusser)
Fernando Dores Costa – Recebeu o “jovem Marx” uma tradição doutrinal sobre o uso da “razão de Estado”
Irene Viparelli – 1848, Uma teoria conjectural da Revolução

36. Marxismo e Dialéctica
Eduardo Pellejero – As novas aventuras da dialéctica: o marxismo como acontecimento, critica, projecto e instituição
Carlos Carujo – Valências da Dialéctica
Eduardo Chitas - Marx e a Unidade Material do mundo

37. Desenvolvimento e Sujeito Revolucionário
Fernando Oliveira Baptista – O destino camponês e a Herança de Marx
Guilherme Van Wijk - Elementos por uma nova grade de leitura do Desenvolvimento. Actualizando o legado dos dependentistas
Marcelo Badaró Matos – Trabalho, classe e a questão do sujeito revolucionário: apontamentos teóricos a partir da América Latina

38. Democracia, Governança e Sociedade Civil
Renato Soeiro –Dificuldades da esquerda na abordagem do défice democrático na União Europeia
Manuel Dias Duarte – Para uma critica politica da ética
Maria Lúcia Duriguetto - Sociedade Civil e Movimentos Sociais: A Contribuição Gramsciana

39. Problemas da História Portuguesa no Século XX
Alice Samara – A República entre a generosidade e o terror
Álvaro Arranja - As greves gerais em Portugal
Ana Cristina Martins – V. Gordon Childe e a Arqueologia em Portugal

Domingo, 12.00 - Sessão Plenária
Esther Leslie - Reciclando ideias: Estética e Política, uma e outra vez
José Barata Moura
Comentador: Luís Trindade

Domingo, 15.00 - Painéis

40. Produção Simbólica e Capitalismo Tardio
Massimo Morig e Stefano Salvi – Estética, ciberespaço, Walter Benjamin
Fernando Penin Redondo e Maria Redondo – do Capitalismo ao Digitalismo
João Teixeira Lopes - Reconfigurações da relação superestrutura / infraestrutura no capitalismo tardio: a centralidade da produção simbólica

41. Estado, Disciplina e Biopolítica
António Filipe – Estado, securitarismo e liberdades
Tiago Marques – A «cidade penitenciária»: O fascismo italiano e a teoria marxista da penalidade
Fernando Haro – Governamentalidade Liberal em Sistemas Autoritários

42. Classes e desigualdades sociais
Renato Carmo – A desigualdade das classes: entre a complexificação e a simples polarização social
Ricardo Costa – Usos e Abusos da Exclusão Social como conceito explicativo das novas desigualdades: uma critica marxista
Claudete Moreno Ghiraldelo – Estratos Sociais No Brasil Sob A Ótica De Dois Órgãos De Imprensa Brasileiros

43. Trabalho e Educação
Hugo Dias – Sindicalismo de Movimento Social: génese e revisão de um conceito
Mariana Aiveca – Sindicalismo e novos movimentos sociais
Cecília Honório – O mercado da educação

44. Arte e vanguardas
Alexandre Martins – Música Ideologia Canção de Intervenção em Portugal
Fernando Pereira - Novas da desolação: notas sobre arte e real
Manuel Araújo – Vanguardas

Domingo, 16.30 - Painéis

45. Hipóteses comunistas
Lúcia Pradella – A actualidade de "O Capital"
Valério Romitelli – A experiência histórica do comunismo como realidade estática e como paixão
Bruno Peixe – Do comunismo da produção à produção do comunismo

46. Fetichismo e Mercadoria
Guilherme Statter – Actualidade da Lei do Valor
Ricardo Regatieri – Caminhos da negatividade: a critica do valor de Robert Kurz e a questão do fetishismo
Paulo Alexandre Castro – Alienação, Fetichismo e mercadoria: a sociedade hiper-consumista de Lipovetsky e a alienação do sujeito suposto-gozar de Zizek

47. Romantismo e Capitalismo
Frederico Àgoas – Duas hipóteses românticas em História e Consciência de Classe
Fernando Ramalho – Do espectáculo interactivo à vida imprevisível
Mónica da Costa – A categoria de alienação no marxismo francês

48. Existencialismo, Pós-estruturalismo e Pós-modernismo
Miguel Ramalhete Gomes – Uma perda total de humanidade: Decomposição e recomposição do proletariado
Miguel Reis – Marxismo e Existencialismo
Miguel Antunes – Desejo, deleuze, Marxismo, Capitalismo e Esquizofrenia

Domingo, 18.00 - Sessão plenária
John Kraniauskas - Notas sobre Ernesto Laclau
Nuno Nabais - O debate em torno da democracia: Rancière, Negri, Nancy
Comentador - José Manuel Pureza

Organização: CULTRA - Cooperativa Culturas do Trabalho e do Socialismo

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Os Comunistas em Portugal – 1921-2008

I Colóquio sobre
«Os Comunistas em Portugal – 1921-2008»
7 e 8 de Novembro de 2008
Biblioteca-Museu República e Resistência
Espaço Cidade Universitária – Rua Alberto de Sousa, nº 10 A, Zona B do Rego
1600-002 Lisboa


Sexta-feira, 7 de Novembro

17h15 APRESENTAÇÃO E ABERTURA DOS TRABALHOS

17h30 António Barata / Membro do colectivo «Política Operária»
Os primórdios do partido comunista

18h00 Carlos Zacarias F. de Sena Júnior / Universidade do Estado da Bahia
A Frente Popular e o VII Congresso da Internacional Comunista

18h30 Luís Farinha / Investigador do Instituto de História Contemporânea (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)
O Frentismo – A Frente Nacional Antifascista (1956-1958)

19h00 DEBATE

19h30 João Marques Lopes / Bolseiro de doutoramento da FCT
Mário Dionísio, a política cultural do bolchevismo e o PCP. Uma polémica dos anos 50

20h00 Manuel Loff / Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Bruno Monteiro / Mestrando em Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Operários (e) comunistas: cultura operária e adesão comunista em Portugal (1960-74)

20h30 DEBATE

21h00 ENCERRAMENTO DO PRIMEIRO DIA DE TRABALHOS


Sábado, 8 de Novembro

9h30 REINÍCIO DOS TRABALHOS

9h45 Paula Godinho / Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Comunistas no Couço: resistência colectiva, memórias particulares e contra-hegemonia

10h15 Vanessa de Almeida / Licenciada em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; mestranda em Antropologia, área dos Movimentos Sociais, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
As companheiras das casas do Partido

10h45 António Ventura / Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Testemunhos na primeira pessoa: a literatura autobiográfica de autores comunistas

11h15 DEBATE

11h45 Miguel Cardina / CES – Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
O maoísmo em Portugal (1964-74)

12h15 José Manuel Lopes Cordeiro / Universidade do Minho
«Ao serviço do Povo venceremos!» A oposição estudantil nos últimos anos do fascismo (1969-1974)

12h45 DEBATE

13h15 ALMOÇO*

15h00 Raquel Varela / Departamento de História do ISCTE
O papel do PCP no processo revolucionário de 1974-75

15h30 António Simões do Paço / Jornalista, licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (editor-coordenador de Os Anos de Salazar)
O PCP e o Estado, da «reorganização» de 1941 à revolução de Abril de 1974

16h00 Inês Fonseca / Bolseira «pós-doc» da Fundação para a Ciência e Tecnologia (Portugal); Laboratório CNRS Genre, Travail, Mobilités (França); investigadora do CEEP-CRIA (Portugal)
Continuar a ser mineiro sem trabalhar na mina

16h30 Ana Barradas / Membro do colectivo «Política Operária»
Uma dissidência exemplar

17h00 DEBATE

17h45 ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS



* O Ciber Café da Biblioteca-Museu República e Resistência fornece refeições mediante marcação. Os interessados poderão fazer a sua reserva directamente pelo telefone 21 780 27 68.



Organização: Política Operária, com a colaboração da Biblioteca-Museu República e Resistência.

Contactos: penagomes@sapo.pt; baratantonio@hotmail.com; Telef. 214713129, Telem. 936094996
Política Operária - Rua Açores, 41-A, 2º esq., 1000-002 Lisboa

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

1ª condenação por racismo em Portugal

SOS Racismo congratula-se com condenação da extrema-direita

04-Out-2008
A sentença que condenou 29 dos 36 arguidos no julgamento do grupo neo-nazi Frente Nacional foi bem recebida pela associação anti-racista, apesar de serem apenas seis os criminosos que cumprirão penas de prisão efectiva, e um deles já se encontrar preso por tráfico de droga. O SOS Racismo diz que o tribunal provou "pela primeira vez na história portuguesa que incentivar ao ódio contra os outros é crime". Veja aqui a lista dos condenados e absolvidos.

"Uma ideologia que defende o ódio, que defende a violência contra terceiros, que defende o uso de armas como estratégia, que defende a discriminação, que defende o nazismo (como se viu pelo sinal hitleriano usado por Mário Machado na televisão à saída do tribunal) não pode ser aceitável em nenhuma sociedade que assente os seus princípios no respeito pelos Direitos Humanos", diz o comunicado da associação SOS Racismo.

Para esta ONG antiracista, era urgente travar "a onda xenófoba e racista que se desenvolveu este Verão, mostrando à evidência que estamos bem longe do paraíso de inserção que os nossos governantes tanto gostam de proclamar" e esta sentença vai nesse sentido, já que "era muito importante que os actos de discriminação começassem a ser punidos". "Esperemos que a sentença hoje lida em Monsanto, seja um primeiro sinal de que a intolerância racista e xenófoba, os atropelos aos direitos humanos e a violência gratuita sobre outras pessoas que apenas pensam diferente, vestem de outro modo, vão a outras igrejas, tenham outra cor de pele, comece a ser combatida!", conclui o comunicado do SOS Racismo.

A sentença do tribunal condenou um dos elementos da Frente Nacional a sete anos de prisão efectiva por duas tentativas de homicídio e dois crimes de sequestro, quando atingiu duas pessoas a tiro na estação da CP da Amadora e depois entrou num automóvel, obrigando o condutor e a criança que este transportava a acompanhá-lo na fuga. Nessa tarde, Paulo Maia queria ainda dirigir-se para junto de outros elementos neo-nazis que já se encontravam na Faculdade de Letras de Lisboa, para tentarem impedir os estudantes da Faculdade de prosseguirem a pintura de um mural pela liberdade e contra o nazismo.

As outras penas de prisão efectiva foram aplicadas ao líder da FN Mário Machado, pelos crimes de ameaça, coacção agravada, detenção de arma ilegal, dano e ofensa à integridade física qualificada, que lhe valeram 4 anos e dez meses. A que se junta o crime de discriminação racial, a motivação que unia todos os que agora foram condenados. Também Rui Veríssimo, considerado o responsável pela logística da organização neo-nazi, tendo alugado a primeira "Skinhouse" em Loures, foi condenado a três anos e nove meses, que se vão juntar à pena que actualmente cumpre por ter sido apanhado com 1,5 Kgs de cocaína à chegada ao aeroporto da Portela. O juíz considerou que não ficaram reunidas as provas suficientes do narco-financiamento da extrema-direita em Portugal, embora tenham sido interceptadas mensagens de Veríssimo a garantir aos companheiros que não denunciara os elementos do grupo responsáveis pela venda da droga que trazia.

Outro condenado a prisão efectiva foi Pedro Isaque (na foto com Mário Machado e o presidente do PNR, Pinto Coelho), que com Machado, Veríssimo, José Amorim (condenado a três anos e seis meses com pena suspensa) e Vasco Leitão (o nº 2 do PNR, condenado a um ano e oito meses com pena suspensa) compunha o "núcleo duro" da organização neo-nazi Frente Nacional e era presença assídua nas deslocações a eventos da extrema-direita europeia. Isaque participou também em várias agressões do grupo hammerskin e isso foi determinante para a condenação. Por outras agressões e ameaças foi condenado Paulo Lamas, a três anos, e Alexandre Dias, a dois anos e dez meses. Todos os condenados foram-no também por posse de armamento proibido.

O skinhead que profanou o cemitério judeu e era também arguido neste processo acabou por ser condenado a cinco anos com pena suspensa, tendo agora de ser julgado pela acção anti-semita. Também Fernando Pimenta, ligado ao processo do tráfico de armas, foi alvo de acusação separada deste processo. Quanto ao skinhead que ameaçou a filha de Ricardo Araújo Pereira, o que motivou a alteração de residência do humorista, foi condenado a três anos de pena suspensa, enquanto a sua mulher, também arguida, foi condenada a um ano e meio de prisão, igualmente com pena suspensa.

O juíz garantiu aos arguidos que no caso de poderem substituir as penas suspensas por trabalho comunitário, não os enviará para bairros sociais da área metropolitana de Lisboa "por questões de segurança", contrariando a proposta do Instituto de Reinserção Social. À saída do Tribunal, Mário Machado disse que "quem merecia a prisão eram os pretos e os ciganos que andaram aos tiros na Quinta da Fonte".

Eis a lista dos condenados e absolvidos do julgamento da Frente Nacional:

Paulo Maia: Sete anos de prisão efectiva
Pedro Isaque: Cinco anos de prisão efectiva
Mário Machado: Quatro anos e 10 meses de prisão efectiva
Rui Veríssimo: Três anos e 9 meses de prisão efectiva
Paulo Lamas: Três anos de prisão efectiva
Alexandre Dias: Dois anos e 10 meses de prisão efectiva
Carlos Seabra: Cinco anos (pena suspensa)
José Amorim: Três anos e 6 meses (pena suspensa)
Francisco Rosa: Três anos (pena suspensa)
Nuno Pedrosa: Três anos (pena suspensa)
Paulo Correia: Dois anos e 5 meses (pena suspensa)
Paulo Ramos: Dois anos e 4 meses (pena suspensa)
Paulo Florência: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Daniel Mendes: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Pedro Domingues: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Bruno Sousa: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Bruno Martins: Dois anos (pena suspensa)
Vasco Leitão: Um ano e 8 meses (pena suspensa)
Bruno Malhoa: Um ano e 10 meses (pena suspensa)
Nélson Pereira: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Dina Ferreira: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Sandra Correia: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Phillippe Debonnet: Um ano e 4 meses (pena suspensa)
Miguel Ângelo Lopes: Um ano (pena suspensa)
Sérgio Sousa: 250 horas de trabalho comunitário
João Sousa: Três mil euros de multa
Tiago Jacinto: Dois mil euros de multa
Tiago Leonel: 1920 euros de multa
Nélson Pinto: 960 euros de multa
Rogério Pereira: Absolvido
Nuno Themudo: Absolvido
João Carvalho: Absolvido
José Coelho: Absolvido
Diogo Cordeiro: Absolvido
João Ricardo: Absolvido
Vasco Carvalho: Absolvido

Notícia retirada de http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8536&Itemid=28

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

12 Outubro, 15h, Martim Moniz: Contra a Xenofobia

JORNADA DE ACÇÃO

Pela regularização dos(as) indocumentados(as),

contra a onda xenófoba e contra o Pacto Sarkozy

Associações convocam jornada de acção para

domingo, 12 de Outubro, às 15h, no Martim Moniz

Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Conselho Europeu reunirá os chefes de Estado e de governo dos 27 para ratificar o 'PACTO EUROPEU sobre IMIGRAÇÃO e ASILO', aprovado no conselho de ministros realizado a 25 de Setembro. O Pacto proposto por Nicolas Sarkozy, no contexto da presidência francesa da União Europeia, visa definir as linhas gerais da UE nesta matéria e assenta em cinco pontos fundamentais: organizar a imigração legal, priorizando a adopção do “cartão azul”, para recrutamento de mão-de-obra qualificada; facilitar os mecanismos e procedimentos de expulsão e estabelecer nesse sentido parcerias com países terceiros e de trânsito; concretizar uma política europeia de asilo; reforçar o controlo das fronteiras; proibir os processos de regularização colectiva.

Depois da aprovação da Directiva de Retorno, com o voto favorável do Governo português, estas medidas representam mais uma vergonha para a Europa. O tratamento securitário das migrações, a definição de critérios discriminatórios para acesso ao trabalho, o aprofundamento da criminalização da migração, da militarização e externalização das fronteiras através do FRONTEX e a perseguição dos(as) cerca de 8 milhões de indocumentados(as) que vivem e trabalham na Europa - a quem é oferecida a expulsão como única saída -, são medidas que visam consolidar uma Europa Fortaleza, da qual não podemos senão nos envergonhar.

Em Portugal, a recente onda de mediatização da criminalidade e as recentes declarações de responsáveis governamentais que trataram os(as) como imigrantes bodes expiatórios para o aumento da criminalidade, abrem espaço para as pressões xenófobas e racistas, e criam um ambiente propício para a desresponsabilização do Governo. Em causa está a necessidade de regularização de dezenas de milhares de imigrantes que defrontam sérias dificuldades em regularizar a sua situação.

São homens e mulheres que procuraram fugir à miséria, fome, insegurança, obrigados a abandonar os seus países como consequência do aquecimento global e outras mudanças climáticas, ou que muito simplesmente tentaram mudar de vida, mas a quem não foi reconhecido o direito a procurar melhores condições de vida. Tratam-se de pessoas que não encontraram outra opção senão o recurso à clandestinidade, muitas vezes vítimas de redes sem escrúpulos, e que se confrontam com uma lei que diz cinicamente que 'cada caso é uma caso', fazendo da regra a excepção e recusando à generalidade dos(as) imigrantes o reconhecimento da sua dignidade humana. Destaque-se a situação dos imigrantes sem visto de entrada, a quem a lei recusa qualquer oportunidade de legalização.

Solidários(as) com a luta que se desenvolve na Europa e no mundo contra as politicas racistas e xenófobas, também por cá vamos lutar pela regularização de todos imigrantes, sem excepção, cada homem/mulher - um documento. É uma luta emergente contra as pretensões de expulsão dos(as) imigrantes, contra a vergonha de uma Itália que estabelece testes ADN como instrumento de perseguição dos ciganos(as), contra as rusgas selectivas, arbitrárias e estigmatizantes, contra a criminalização dos(as) imigrantes, contra a ofensiva das políticas securitárias e racistas, alimentadas pelo tratamento jornalístico distorcido feito por alguns meios de comunicação social. Cientes de que está criado um ambiente de perseguição aos imigrantes na Europa, e rejeitando as pressões racistas e xenófobas dos Governos de Sarkozy e Berlusconi, organizações de imigrantes, de direitos humanos, anti-racistas, culturais, religiosas e sindicatos, decidiram marcar para o próximo dia 12 de Outubro, domingo pelas 15h, no Martim Moniz, uma jornada de acção pela regularização dos indocumentados(as), contra a onda de xenofobia e contra o Pacto Sarkozy.

ORGANIZAÇÕES SIGNATÁRIAS: Acção Humanista Coop. e Des.; ACRP; ADECKO; AIPA – Ass. Imig. nos Açores; APODEC; Ass. Caboverdeanade Lisboa; Ass. Cubanos R.P.; Ass. Lusofonia, Cult. e Cidadania; Ass. Moçambique Sempre; Ass. dos Naturais do Pelundo; Ass. dos Nepaleses; Ass. orginários Togoleses; Ass. R. da Guiné-Conacri; Ass. Olho Vivo; Ass. Recr. Melhoramentos de Talude; Ballet Pungu Andongo; Casa do Brasil; Centro P. Arabe-Puular e Cultura Islâmica; Colect. Mumia Abu-Jamal; Khapaz – Ass. de Jovens Afro-descendentes; Núcleo do PT-Lisboa; Obra Católica Portuguesa de Migrações; Solidariedade Imigrante; SOS Racismo.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

PI: Escola a crédito

Escola a crédito:
estudar para a precariedade ?


Precários Inflexíveis
convidam:


Rui Tavares - Historiador e jornalista
António Nóvoa - Reitor da Universidade de Lisboa

Quarta-feira 12 Março
19h Sala de Exposições
Fac. Letras (Universidade Lx)

O PI - Precários Inflexíveis é um grupo de denúncia e resposta à precariedade no trabalho e na vida.
precariosinflexiveis@blogspot.com

Reunião Geral de Alunos na quinta-feira!

R. G. A.
5ª feira, 13 de Março
14h (ou seja, 15h)
para marcar o calendário eleitoral!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Grémio Lisbonense: Agenda

Vai acontecer:

22 Fevereiro, sexta-feira, no Clube Ferroviário de Portugal, pelas 23h (2€ sócios, 4€ não sócios)
música: Kumpania Algazarra.

Aconteceu:

9 Fevereiro, sábado, na Voz do Operário, pelas 21:30h.
música: Zé Pinho, Paulo Branco, Vítor Sarmento.
intervenções: António Modesto Navarro (presidente Voz do Operário, deputado municipal), Paula Alves (advogada Grémio).


12 Fevereiro, terça-feira, na Associação 25 de Abril, pelas 21:30h.
música: Bia & João, Mingo Rangel, Silvestre Fonseca, The Shoklats, Jorge & Rappers.
intervenções: Pedro Barroso (músico), António Pedro Dores (sociólogo), Inês Alves (poesia).


13 Fevereiro, quarta-feira, no Rossio, frente ao Arco Bandeira, pelas 17h.
Concentração pelo Grémio Lisbonense.


16 Fevereiro, sábado, no Centro Social da Mouraria, pelas 23h.
música: Pedro & Diana, Kiss-Kiss Bang-Bang, Claire de Lune, Selecta Alice.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O despejo do Grémio Lisbonense e a violência policial

Com a variedade de notícias, opiniões, imagens e vídeos que têm aparecido sobre os recentes acontecimentos no Grémio Lisbonense e na rua dos Sapateiros tornou-se necessário conjugar e organizar tudo.

O Grémio Lisbonense é a associação cultural mais antiga de Lisboa, a segunda mais antiga do país, fundado em 1842, elevado ao estatuto de utilidade pública pela Câmara Municipal de Lisboa, distinguido com o grau de comendador da Ordem de Benemerência e com a medalha de mérito Grau Prata da cidade de Lisboa. Foi lá que decorreram as conferências do Casino, e por este espaço percorreram várias personalidades de renome a nível nacional.

Desde Agosto de 2007, dinamizado por um grupo de jovens, tornou-se num espaço cultural extremamente importante e variado. A música, a arte, a tertúlia e a festa eram uma constante no Grémio. Houve desde concertos de jazz e bossa-nova, a canto de intervenção e hip-hop. Isto tudo num espaço de liberdade e amizade.

No dia 8 de Fevereiro começou o despejo, com a inventariação do espólio, sendo os cerca de 100 amigos e sócios do Grémio que se manifestavam corridos à bastonada pela PSP.

Agora, deixamos aqui tudo o que conseguimos encontrar relacionado com os últimos acontecimentos.



Associações, Reacções, Testemunhos e Blogs:

Grémio Lisbonense
http://gremiolisbonense.blogspot.com/


Bastounada
Blog de denúncia da repressão policial
http://www.bastounada.blogspot.com/


Bloco de Esquerda (deputado José Soeiro)
Actuação da Polícia nos protestos no Grémio Lisbonense
http://beparlamento.esquerda.net/media/perg20080213gremio.pdf


Blogaria Pegada
Apoia o Grémio Lisbonense!
http://blogariapegada.blogspot.com/2008/01/apoia-o-grmio-lisbonense.html

Cancelada a Balkan Disco, devido a despejo do Grémio Lisbonense
http://blogariapegada.blogspot.com/2008/02/cancelada-balkan-disko-devido-despejo.html

Polícia com malícia
http://blogariapegada.blogspot.com/2008/02/polcia-com-malcia.html


Colectivo Mumia Abu-Jammal
Brutalidade Policial no Grémio Lisbonense
http://cma-j.blogspot.com/2008/02/brutalidade-policial-no-grmio.html


Da Literatura
O Grémio Lisbonense
http://daliteratura.blogspot.com/2008/02/o-grmio-lisbonense.html


Dissidente X
Grémio Lisbonense
http://dissidentex.wordpress.com/2008/02/09/gremio-lisbonense/


GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental
O que aconteceu no Grémio Lisbonense e depois
http://gaia.org.pt/node/12518


Gato no Sofá (Fernando Sobral)
A cultura económica
http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=311463


Gente de Lisboa (BE)
Vergonha
http://gentedelisboa.blogspot.com/2008/02/vergonha.html

LisboaLisboa
Grémio Lisbonense sem sede a partir de hoje. Bastonadas à porta da sede.
http://lisboalisboa.blogspot.com/2008/02/grmio-lisbonense-sem-sede-partir-de.html

Ainda a PSP no Grémio Lisbonense
http://lisboalisboa.blogspot.com/2008/02/ainda-psp-no-grmio-lisbonense.html


Luta Social
Acção de despejo do Grémio Lisbonense marcada por violência policial
http://www.luta-social.org/2008/02/aco-de-despejo-do-grmio-lisbonense.html


Mudar de Vida - Jornal Popular
http://www.jornalmudardevida.net/?p=647


O Nadir dos Tempos
Grémio Lisbonense
http://nadirdostempos.blogspot.com/2008/02/grmio-lisbonense.html


O BiToque
Grémio a Prémio
http://obitoque.blogspot.com/2008/02/grmio-prmio.html


Pimenta Negra
Violência policial sobre cidadãos e associados do Grémio Lisbonense, incluindo fotografo da agência Lusa
http://pimentanegra.blogspot.com/2008/02/violncia-policial-sobre-cidados-e.html


Precários Inflexíveis
Grémio Lusitano despejado
http://precariosinflexiveis.blogspot.com/2008/02/grmio-lusitano-despejado.html


Rede Libertária
O Grémio é nosso! Relato do protesto contra a acção de despejo!
http://redelibertaria.blogspot.com/2008/02/o-grmio-nosso-relato-do-protesto-contra.html


Spectrum
E é sempre a mesma melodia, é a bófia e a sua democracia
http://spectrum.weblog.com.pt/arquivo/2008/02/e_e_sempre_a_me.html

Não há só um Grémio
http://spectrum.weblog.com.pt/arquivo/2008/02/nao_ha_so_um_gr.html

Violência e estupidez
http://spectrum.weblog.com.pt/arquivo/2008/02/violencia_e_est.html


WeHaveKaosInTheGarden
O Principio do fim ou simplesmente o principio?
http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2008/02/o-principio-do-fim-ou-simplesmente-o.html



Notícias

Centro de Média Independente
O Grémio Lisbonense foi despejado por meio de uma violenta carga policial
http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=132925&cidade=1


Correio da Manhã
Lisboa: Violência no Grémio
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=277154&idselect=10&idCanal=10&p=200


Diário de Notícias
Manifestação pelo Grémio acaba em violência
http://dn.sapo.pt/2008/02/09/cidades/manifestacao_pelo_gremio_acaba_viole.html

"Nunca pensei um dia ter de sair do Grémio" (entrevista a Natário Pedro, vice-Presidente do Grémio Lisbonense)
http://dn.sapo.pt/2008/02/10/cidades/nunca_pensei_dia_de_sair_gremio.html

Grémio Lisbonense acalenta esperança de ficar no Rossio
http://dn.sapo.pt/2008/02/10/cidades/gremio_lisbonense_acalenta_esperanca.html

Jovem acusa agente da PSP de o agredir na esquadra
http://dn.sapo.pt/2008/02/14/cidades/jovem_acusa_agente_psp_o_agredir_den.html


Esquerda.Net (BE)

Acção de despejo termina com carga policial sobre sócios do Grémio
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=5608&Itemid=28

Tribunal despeja Grémio Lisbonense, Câmara reune com proprietários
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=5606&Itemid=1

Jovem acusa PSP de agressão em esquadra
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=5659&Itemid=28


Jornal de Notícias

Despejo apanha Grémio de surpresa
http://jn.sapo.pt/2008/02/09/pais/despejo_apanha_gremio_surpresa.html

Grémio ainda acredita que pode ficar no Rossio
http://jn.sapo.pt/2008/02/10/pais/gremio_ainda_acredita_pode_ficar_ros.html

Reunião sobre o Grémio inconclusiva
http://jn.sapo.pt/2008/02/14/pais/reuniao_sobre_o_gremio_inconclusiva.html


Lusa

Advogada do Grémio Lisbonense lamenta acção da polícia
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=317771

PSP atinge à bastonada amigos e sócios do Grémio Lisbonense
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=317728

Grémio Lisbonense com ordem de despejo
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=317704

Assembleia Municipal aprova moção para manutenção de Grémio Lisbonense
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=81290


Portugal Diário
Dezenas em defesa do Grémio
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=915269&div_id=291


Rádio Clube Português
Jovem detido põe PSP em tribunal (entrevista a António)
http://radioclube.clix.pt/noticias/body.aspx?id=5100


SIC
Confrontos no Grémio Lisbonense
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20080208+Confrontos+no+Gremio+Lisbonense.htm?wbc_purpose=baMODEld%C2%A2&WBCMODE=p


TVI
Confrontos no Grémio Lisbonense
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=913558


Vídeos

RTP

Polícia carrega sobre sócios do Grémio Lisbonense
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=325399&tema=27

As obras no Grémio Lisbonense
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=325430&tema=27

Ordem do Tribunal para despejo do Grémio Lisbonense
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=325426&tema=27


SIC
Despejo do Grémio Lisbonense
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20080208+Confrontos+no+Gremio+Lisbonense.htm?wbc_purpose=baMODEld%C2%A2&WBCMODE=p


TVNET
Dossier: Grémio Lisbonense
http://www.tvnet.pt/dossiers/detalhes.php?id=40

Testemunhas relatam confrontos no Grémio
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19587

Carga policial no Grémio Lisbonense
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19585

Polícia dispersa sócios à força
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19597

"O que vi foi muito violento" (entrevista a Paula Alves da Costa, advogada do Grémio Lisbonense)
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19619

Afinal o que aconteceu no Grémio? (entrevista a Pedro Rodrigues, sócio do Grémio Lisbonense)
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19620

Detido diz ter sido agredido na esquadra (entrevista a António Mota, único detido na noite do despejo)
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19638

Manifestação no Grémio Lisbonense
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19991

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Violência policial durante e após o despejo do Grémio Lisbonense

O Grémio Lisbonense, associação com mais de 150 anos sediada na Baixa de Lisboa (virada para o Rossio), recebeu ontem ordem de despejo.
Muita gente se deslocou ao local ontem para defender o Grémio, a sua dinâmica cultural e do seu valor histórico.
No texto em anexo (e em baixo) conta-se o que lá se passou. A polícia teve uma atitude inqualificável de irresponsabilidade, incompetência e violência. Reprimiu um protesto pacífico à bastonada, batendo e ameaçando inclusivamente vários jornalistas.

E depois: um rapaz detido foi espancado e ameaçado violentamente na esquadra por um dos polícias que estava presente na operação do Grémio.

Vamos continuar a defender o Grémio Lisbonense, instituição de utilidade pública, valor histórico e intervenção social insubstituível, aberta a todos. Vamos continuar a defender a dinâmica cultural da Baixa de Lisboa. Contra a Lisboa desocupada, das casas emparedadas, da especulação imobiliária e dos negócios de luxo.

Acabemos também com a violência policial e a impunidade, na rua e nas esquadras.
Estas histórias têm de ser contadas.




O que aconteceu no Grémio Lisbonense e depois.

O grémio recebeu ontem uma ordem de despejo.

A partir de meio da tarde (cerca das 16h) começaram a juntar-se mais pessoas à porta. Passada uma hora eram cerca de 50 sócios e amigos e alguns jornalistas e fotógrafos (Lusa, jornal Público, Jornal de Notícias, etc). Às 19h eram mais de 100 pessoas de todas as idades.

Dois polícias à porta permanentemente. Os sócios eram impedidos de entrar, tirando alguns membros da direcção e aqueles que tinham de tirar de lá alguns objectos. Uma carrinha de mudanças foi sendo carregada com alguns haveres que não pertencem ao Grémio (instrumentos, coisas do bar, etc). No entanto todo o espólio do Grémio ficou lá. Uma cadeira de barbeiro saíu e houve assobios dos presentes. A cadeira não é propriedade da Associação, mas foi vista por alguns dos presentes como um símbolo deste despejo precipitado. Alguns dos proprietários estiveram no local. Cumpria-se a ordem do tribunal. Fez-se um inventário dos bens.

Cerca das 19h as pessoas que se juntaram para defender o espaço começaram a discutir o que fazer, a questionar a legalidade do despejo e a necessidade de o fazer, uma vez que estava já marcada uma reunião na Câmara Municipal de Lisboa para quarta-feira próxima, com a presença da direcção do Grémio e dos proprietários para negociar uma solução que permitisse a continuidade das actividades culturais da Associação, a preservação do edifício histórico. Houve várias ideias para não permitir o despejo, informar a comunicação social, fazer pressão para que o Grémio não fosse despejado. Fez-se uma assembleia improvisada no átrio da entrada, no rés do chão. Houve esclarecimentos de um membro da direcção que reafirmou a possibilidade de se encontrar uma solução. Um membro do gabinete da câmara do vereador José Sá Fernandes também falou da negociação de quarta-feira, explicando as diligências que podem ser feitas na Câmara.

A advogada do Grémio esteve presente no local, falou muito brevemente da possibilidade de uma negociação e anunciou uma conferência de imprensa pelas 19h30 no seu escritório, longe dali.
Os presentes não saíram do local. Continuaram a discutir. Alguns sócios queriam entrar no Grémio. Discutiu-se a possibilidade de reunir lá dentro e decidir com calma o que fazer. Numa segunda assembleia improvisada, de novo no átrio de entrada, enquanto se preparavam acções de sensibilização e protesto até à quarta-feira seguinte, levantaram-se várias vozes que defenderam que se subisse ao primeiro andar. Muitos subiram. Um polícia pergunta “o que é que fazem aqui?” e começa a empurrar e agredir os primeiros a subir a escada. As pessoas não desmobilizam. Protestam contra a violência despropositada da polícia.

Cinco polícias estão lá em cima. Cassetetes na mão. Os ânimos aquecem. Algumas pessoas apelam à calma. Um membro da direcção apela à calma e volta a reafirmar a possibilidade de se suspender o despejo e arranjar uma solução para o Grémio continuar vivo, que passasse simplesmente por uma actualização da renda. Algumas pessoas pedem identificação da polícia por lhes terem batido.

Grita-se: “ O Grémio é nosso!”, “Lisboa a quem a vive” e palavras contra a repressão policial. Chegam reforços policiais (mais um dez polícias) que tentam abrir caminho à força pelas escadas para chegar ao primeiro andar. Todos as pessoas se sentam no chão, dificultando a passagem da polícia. A polícia não está com meias medidas, começa a bater indiscriminadamente em todos, criando o caos. Várias pessoas magoadas e esmagadas. Fotógrafos e jornalistas agredidos. Ouvem-se gritos. As pessoas protegem-se, defendem-se como podem. A polícia bate com cassetetes, empurra e pontapeia. Varre à pancada a escada. As pessoas saem do edifício para a rua. Há cabeças partidas, e muitos queixam-se de terem sido agredidos. Pelo menos um jornalista e um dos que estavam na escada pacificamente ficam no átrio de entrada (rés-do chão).

Depois de alguns diálogos infrutíferos entre a polícia e as pessoas que ali se encontravam, os polícias fazem um cordão cá em baixo, já na rua e começam a dizer às pessoas para circular. Várias viaturas da polícia estão estacionadas no Rossio, junto ao Grémio. As pessoas protestam contra a violência policial. Concentram-se ainda durante algum tempo à frente do Arco do Bandeira (o arco debaixo do Grémio).

... e depois:
As imagens da TVnet mostram imobilizado no chão um rapaz. Este rapaz, que nunca agrediu nenhum polícia e apelou repetidamente à calma, foi detido e levado para a esquadra.

Na esquadra foi fechado numa sala, foi espancado violentamente (com socos, com uma cadeira, etc), foi ameaçado e torturado durante horas por um dos polícias que estava na operação, um polícia da esquadra da Estefânia de uma posição hierárquica superior. O rapaz violentado pôde telefonar a chamar advogados e amigos que, depois de finalmente sair da esquadra (cerca das 3 da manhã, seis horas depois de ser levado para a ), o levaram ao hospital. Tem várias lesões no corpo e na cabeça.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Professores de Letras contra a extinção da faculdade!

Professores falem em "mutilação de saberes"
U. de Lisboa: docentes da Fac. de Letras "rejeitam liminarmente" extinção da faculdade enquanto unidade orgânica
19.01.2008 - 09h21

Professores da Faculdade Letras da Universidade de Lisboa (UL), reunidos ontem em plenário, "rejeitaram liminarmente" a extinção da Faculdade enquanto unidade orgânica, mas não se manifestaram contra a reorganização científica da instituição em quatro áreas.
"Qualquer Universidade digna desse nome tem como unidade central do seu universo uma Faculdade de Letras. A mutilação de saberes imposta pela sua atomização ou extinção implicaria, 'ipso facto' o fim da Universidade", afirmam os docentes, em moção aprovada sexta-feira à noite, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o documento, aprovado em plenário do Conselho Científico da Faculdade de Letras, os docentes "só aceitarão uma reorganização da estrutura institucional da universidade que consista na valorização do património cientifico-cultural existente, com a manutenção das actuais faculdades".
O documento, que será entregue ao reitor da UL, foi aprovado com 120 votos a favor, 32 contra e duas abstenções. Do Conselho Científico fazem parte todos os professores doutorados da Faculdade de Letras, num total de cerca de 300 docentes.
Na quinta-feira, em declarações à Lusa, o presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras, Álvaro Pina, anunciou que a Universidade de Lisboa está a discutir e a reflectir sobre uma reorganização científica em quatro grandes áreas, que poderá passar pelo fim das faculdades existentes enquanto unidades orgânicas da UL.
"Ciências da Saúde", "Ciências e Tecnologia", "Direito, Administração e Economia" e "Humanidades Artes e Ciências Sociais" são as áreas propostas, sendo que actualmente a Universidade de Lisboa é constituída por nove unidades orgânicas: oito faculdades e um instituto.
"Os professores não são contra a existência dessas quatro áreas, se essas áreas forem entendidas como áreas de coordenação de ensino e investigação e não como unidades orgânicas", explicou à Lusa Miguel Tamen, professor catedrático da Faculdade de Letras.
De acordo com o docente, se aquelas áreas se tornarem unidades orgânicas, as faculdades vão perder autonomia e órgãos próprios: "O conselho científico, o conselho pedagógico e o conselho directivo passam a ser comuns numa mesma unidade orgânica. As decisões seriam tomadas a um nível muito mais remoto", criticou.
O estatuto orgânico das quatro áreas propostas será votado quarta-feira em assembleia estatutária da Universidade de Lisboa. Prevê-se que seja decidido se serão áreas de coordenação ou unidades orgânicas. Se se optar pela segunda hipótese, as actuais faculdades deixam de existir.
"É um projecto unilateral e individual que não tem qualquer apoio da Faculdade de Letras. Os professores rejeitam liminarmente o projecto e reagiram com grande hostilidade à possibilidade de a faculdade ser extinta por decisão de uma assembleia estatutária", garantiu o docente.
No documento, os professores da Faculdade de Letras reafirmam ainda que só aceitarão "qualquer reorganização orgânica ou a criação de novas unidades" desde que essas decisões sejam tomadas por "assembleias representativas".
No plenário, os professores ponderaram ainda a apresentação de um documento que designaram "moção de censura" contra o presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras por o responsável, alegadamente, ter transmitido à assembleia estatutária a sua posição em relação à reestruturação, "distorcendo o ponto de vista da faculdade". Prevê-se que seja votado terça-feira.
Ao longo do dia de ontem, a Lusa tentou contactar sem sucesso o presidente do Conselho Directivo.
Na quinta-feira, este responsável defendeu que a nova organização "permitiria uma melhor formação de estudantes, melhores condições de ensino e investigação e que os sectores mais dinâmicos e com maior capacidade de crescimento poderiam desenvolver-se sem os constrangimentos que resultam da actual organização da UL". "Serão sempre áreas de coordenação estratégica. Podem ser unidades orgânicas se isso for aprovado pela assembleia estatutária, ou podem não ser se isso for aprovado", afirmou.
A Lusa contactou igualmente o reitor da Universidade Lisboa, mas António Nóvoa remeteu para segunda-feira qualquer comentário ou esclarecimento.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pinto Coelho assume que a lista X era do PNR

Depois de os membros da lista X, candidata à direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras nas últimas eleições, terem negado e renegado a sua ligação à extrema-direita, aos skins e ao PNR, José Pinto Coelho fala agora da candidatura à AE de Letras como uma das iniciativas do partido (para além da candidatura à Câmara de Lisboa e da afixação do cartaz xenófobo no Marquês de Pombal):

PNR: 2009 será ano da representação parlamentar - Pinto-Coelho

O presidente do PNR, José Pinto-Coelho, declarou-se hoje convicto de que 2009 será o ano em que o seu partido conseguirá ter representação parlamentar, depois de ter ganho mediatismo nos últimos dois anos.
José Pinto-Coelho falava à agência Lusa, num hotel de Lisboa, no início da terceira Convenção Nacional do PNR, que deverá ser reelegê-lo presidente do partido, cargo a que concorre sem adversários.
«2009 será para nós o ano da representação parlamentar», afirmou, considerando que os quase 10 mil votos - 9374 - obtidos nas últimas legislativas, em 2005, não servem como referência.
Nas eleições legislativas de 2002, as primeiras a que o PNR se apresentou, obteve 4712 votos.
«Nessa altura, 2002, 2005, vivíamos num casulo. Como outros partidos, só existíamos para as eleições e não éramos conhecidos por ninguém por não sermos um partido histórico. Hoje o PNR é mediatizado, as suas propostas são conhecidas», sustentou Pinto-Coelho.
Na sua moção, Pinto-Coelho assinala «a afixação do célebre cartaz no Marquês de Pombal» e as candidaturas à associação de estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa e às eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa.
Até 2009, o PNR terá de ultrapassar o obstáculo dos cinco mil militantes exigidos para manter a existência legal e fazer face à «carência grave e profunda no que respeita à organização interna», com a criação de «mais núcleos no país», de uma «rede de núcleos», apontou.
Quanto aos cinco mil militantes, o presidente do PNR confia que «campanha de filiação a custo zero» permitirá alcançar esse número dentro do prazo estabelecido de 90 dias, que se esgota «no princípio de Março».
«Mas jamais levarão qualquer dado dos nossos militantes», advertiu Pinto-Coelho.
Ao mesmo tempo que tenta obter novos filiados, o PNR mantém-se na «plataforma de pequenos partidos» que tenta «que a lei seja revogada ou pelo menos não seja aplicada».
Pinto-Coelho defende que o número de militantes não deve condicionar a existência legal dos partidos e que «nenhum critério deve substituir esse». Para o presidente do PNR, «nem sequer o número de votantes deve ser critério».
«O direito de associação e de criação de partidos políticos está consagrado na Constituição», salientou Pinto-Coelho.
Estavam presentes cerca de 50 pessoas na sala da terceira Convenção Nacional do PNR, quando se aguardava a intervenção do secretário-geral, Pedro Marques, que daria início aos trabalhos.

Diário Digital / Lusa

12-01-2008 17:51:00

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Já querem privatizar a Faculdade de Medicina

O RJIES na Faculdade de Medicina

O Regime Jurídico para as Instituições do Ensino Superior (RJIES) chegou à Faculdade de Medicina (FML) como a todas as faculdades do país: sem discussão, sem levantar ondas, como se nada fosse. O facto de ser um regulamento ainda sem resultados práticos, com consequências que parecem ser todas a muito longo prazo, além de todo o contexto do movimento estudantil português, fizeram com que a contestação ao mesmo se cingisse a poucas pessoas.
O SALTA (Saúde, Alternativa e Acção) tenta promover a discussão com duas sessões de esclarecimento acerca do RJIES. Ambas têm poucos espectadores, mas elementos da direcção da AEFML participaram, tentando quebrar a discussão, dizendo por um lado que a passagem a fundação era impossível, mas parecendo defender uma eventual mudança de regime jurídico. Tudo em concordância com a integração do Presidente da Mesa na Lista U, favorável à aprovação dos estatutos do RJIES, que ganhou as eleições para a Assembleia Estatutária da Universidade de Lisboa, uns dias depois. Apesar de se ter chegado a algumas pessoas, a mobilização continua distante.

Quando alguns que não queriam admitir o previsível chamavam esquizofrénicos a quem tentava informar e discutir a eventual passagem a fundação, a bomba cai: o director da faculdade dá uma entrevista ao semanário SOL, onde afirma já estar tudo tratado. Se é um consórcio ou fundação, ele não sabe. Mas que vai acontecer, vai. Na sessão solene de abertura do ano académico a cena repete-se: a palavra "fundação" é evitada com um jogo de cintura ágil, utilizando-se agora preferencialmente a palavra consórcio. Mas sempre sem especificar de que tipo. Pelos corredores do hospital corria o boato de que o director "queria algo".... Mas não eram ferrero rocher...

Caída a máscara, a faceta neoliberal do RJIES revela-se. Neste contexto, o SALTA aproveita para marcar uma RGA que emitirá uma opinião dos alunos acerca da possível privatização da FML. Os cartazes e panfletos para divulgar esta RGA têm agora um objectivo concreto: impedir a privatização. Não basta juntar gente e fazer coisas se não há um plano que chame as pessoas, que as alerte para a importância de agir. Que as alerte para o objectivo da sua acção.
A RGA tem uma participação razoável, 100 pessoas inicialmente, com cerca de 70 no final, após algumas horas de discussão. O SALTA apresenta as suas razões contra a privatização do Ensino Superior. A discussão é produtiva e elucidativa: exceptuando a direcção da AEFML, que se absteve, todas as pessoas votam contra a privatização da FML.

A tomada de posição dos alunos votada em RGA chega ao director, que se apressa a desmentir os boatos "paranóicos" de privatização. Após sucessivas propostas, acede em fazer uma sessão de esclarecimentos. Exactamente um mês e uma semana depois de ter dado a entrevista. A notícia de tal sessão de esclarecimentos viajou rapidamente até à reitoria, tendo o reitor da UL apressado-se a dizer que gostaria de estar presente. E com ele vem o Charles Buchanan, director executivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) membro da assembleia estatutária da UL. Entretanto, as informações sucedem-se: já não é apenas a FLAD, uma fundação privada ligada a várias multinancionais que está interessada no nosso cantinho em Santa Maria. Aparentemente, os grupos Mello e Espírito Santo já foram contactados. Director apressa-se a desmentir que estes contactos estejam relacionados com a faculdade. As informações são contraditórias, a discussão escassa, mas as movimentações não.

O SALTA tem tentado agir com vários pressupostos: evitar a privatização da Faculdade de Medicina é uma luta que tem que ser feita com todos os estudantes, professores e outros elementos da escola que recusem a inevitabilidade liberalizante. A bandeira "anti–privatização" é algo de palpável e que chega às pessoas. Quando os nossos "representantes" (AEs) não defendem os direitos estudantis, neste caso, a escola pública, os movimentos devem fazê-lo intransigentemente. É preciso aproveitar o facto de mais pessoas se juntarem a nós por sentirem as consequências de uma medida com a qual não concordam para alertar para o seu contexto: esta medida existe devido ao RJIES, cuja revogação tem que ser um objectivo, e faz parte do plano traçado pelas superiores instâncias da OCDE e da UE e aplicado pelo Governo de serviço, o do PS/Sócrates.
Assim, o objectivo imediato do SALTA é divulgar a sessão de esclarecimentos de dia 14 entre professores, alunos e funcionários para que todos saibam as profundas alterações que foram preparadas nas nossas costas.
Urge ainda uma mobilização dos movimentos estudantis e AEs contra o RJIES para uma acção conjunta, para que se chegue a mais gente e se explique que há uma alternativa ao que nos querem impor: é possível uma Escola pública, gratuita, democrática e de qualidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Apresentação do MOI

Apresentação MOI

Links:
MOI - Movimento Outro ISEG
Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul

Debate RJIES na FCUL

Debate sobre o RJIES

com a participação de:
Nuno Guimarães (Presidente do Conselho Directivo da FCUL)
Representante dos estudantes na Assembleia Estatutária da UL (nome a confirmar)

12 de Dezembro
Quarta-feira
15h30

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Estudantes do Porto manifestam-se

Ensino Superior: Estudantes do Porto manifestam-se quarta-feira por uma educação gratuita e de qualidade para todos

27 de Novembro de 2007, 15:38
Porto, 27 Nov (Lusa) - Um grupo de estudantes do ensino superior, críticos da actuação da Federação Académica do Porto (FAP), promove quarta-feira uma manifestação em defesa de uma educação pública gratuita e de qualidade para todos.
"Defendemos que a educação não é um negócio, é um direito", afirmou António Valpaços, um dos promotores da iniciativa, em declarações à Lusa.
Para este estudante da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a manifestação, que terá lugar na Praça Gomes Teixeira, frente à Reitoria, pretende "mostrar o descontentamento" dos estudantes relativamente a várias questões.
O Processo de Bolonha é um dos alvos dos protestos, alegando António Valpaços, que este processo de equiparação de cursos do ensino superior na União Europeia "tem prejudicado muitos alunos".
Por outro lado, as críticas dos estudantes dirigem-se ao governo, questionando a criação de um sistema de empréstimos para os alunos do ensino superior, que consideram ser "uma forma do Estado se desresponsabilizar".
"Isto de ter que pedir um empréstimo para poder estudar, faz com que se comece a vida activa endividado. O Estado é que deveria assumir a responsabilidade destes custos", defendeu António Valpaços.
O aumento das propinas, a redução da participação dos estudantes nos órgãos de gestão das instituições do ensino superior e a destruição da acção social escolar são outras das críticas que vão ser apresentadas neste protesto.
A iniciativa realiza-se sem o envolvimento da Federação Académica do Porto, que os promotores do protesto consideram ter uma posição "muito passiva" em relação às questões que estão em causa.
"Há uma passividade clara da FAP em relação a estas questões. Não basta tomar posição pública, é preciso contactar os estudantes para lhes explicar o que está em causa", frisou António Valpaços.

FR.
Lusa

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Nu Bai - o rap negro de Lisboa


O MUdA (Movimento Universidade Alternativa) vai exibir o filme:

Nu Bai - o rap negro de Lisboa

com apresentação e comentários pelo realizador Otávio Raposo

Terça-feira, 6 de Novembro
17h30
Sala 2.2.14
FCUL

Não faltem!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Comunicado do M.A.T.A.

Universidade do Porto vs Universidade do Minho
Na linha da praxe, o bom senso descarrila


A iniciativa da Federação Académica do Porto (FAP), que promove pelo terceiro ano consecutivo a deslocação de alunos da Universidade do Porto a outras cidades do país – o "Comboio do Caloiro" – descarrilou numa "rixa" entre alunos nas ruas de Braga.

Este encontro, que reuniu cerca de 6 mil alunos, está inserido no contexto da praxe. Mobilizou mais pessoas do que qualquer Assembleia/Reunião Geral de Alunos, manifestação do Ensino Superior, eleição para os órgãos representativos das universidades ou qualquer outra actividade socio-cultural universitária.
O problema, neste caso, não é os estudantes terem sido coagidos a participar, inquestionavelmente, num evento de contornos carnavalescos. Foram todos, ou quase todos, por sua livre e espontânea vontade. A gravidade consiste no conteúdo e no resultado da actividade. O conteúdo é a rivalidade entre cursos e universidades, o resultado a violência.
Segundo os organizadores, o evento promoveu o convívio entre duas universidades, que "passou as marcas, embora sem violência generalizada", e que resultou na intervenção da PSP. Dizem também que "o facto de estarem 200 alunos à espera de oito que se esconderam numa oficina, não quer dizer que lhes quisessem bater, mas tão só praxá-los". Esta é a sua justificação para o que aconteceu: "tudo não passa de uma brincadeira" ou um "arrufo de namorados". No entanto, se "um mero episódio de praxe" pode terminar em intervenção policial e, noutras situações, no hospital, em queixas, ou mesmo em casos de tribunal, devemos então questionar por que tal acontece e se deve continuar a acontecer.
O Movimento Anti "Tradição Académica" quer realçar que o discurso apaziguador promovido pelos defensores da praxe é, mais uma vez, posto em causa. Estes acontecimentos não são pontuais – apenas revelam os caminhos turbulentos da praxe.
Não são, nem devem ser, as estruturas fabricadas pela praxe, como os códigos, tribunais e comissões, a regular, prevenir ou punir, os excessos da praxe. Não se pode permitir que quem inventa e pratica a praxe seja ao mesmo tempo o seu fiscalizador. Não podemos ficar descansados com as declarações de preocupação demonstradas pelo presidente da Associação Académica da Universidade do Minho que diz que vai apurar o que aconteceu.
É cada vez mais óbvio que não é um assunto só da universidade.
A praxe invadiu as ruas.


M.A.T.A. – Movimento Anti "Tradição Académica"

29 de Outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

domingo, 7 de outubro de 2007

Noite Precária no Grémio

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o, não é mais um crédito bancário.

É só uma festa, um debate, uma reunião, um jogo de cintura. É só um treino para a luta contra a precariedade e os seus abusos.


É a Noite Precária, organizada pelos precári@s-inflexíveis.

A 12 de Outubro, em Lisboa, no Grémio Lisbonense (ao Rossio).

A partir das 21:30.


Com música de Pedro e Diana e outros relatos e sons do precariado. Com debate aberto e a presença de artistas convidados do FERVE, ABIC, SINTTAV, Intermitentes do Espectáculo e ]movE[, entre outros.

E os ministros e patrões que quiserem aparecer.

o precariado está a acordar por aqui