quarta-feira, 28 de março de 2007

Comunicado sobre as eleições da AEFLUL

O resultado das eleições para a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa derrotou esmagadoramente o medo e a ameaça promovida pelos representantes da lista X, composta por elementos de extrema-direita, cujos nomes não foram sequer divulgados.

A participação nestas eleições excedeu significativamente a dos últimos anos. Os resultados foram conhecidos já na madrugada de hoje. Das cerca de mil pessoas que votaram 2ª e 3ª feira, cerca de 91% opuseram-se, com o seu voto, à lista em questão, numa demonstração clara da mobilização dos estudantes contra o crescimento e legitimação de grupos com ideais fascistas na nossa sociedade. É igualmente uma derrota da recente operação cosmética aplicada ao fascismo e às suas figuras.

No entanto, esta importante derrota dos estudantes de extrema-direita, não deixa de comprometer os responsáveis da Faculdade de Letras, assim como os das restantes faculdades e entidades políticas, na tomada de medidas que impeçam atitudes violentas, intolerantes e racistas.

Os grupos que subscrevem este comunicado trabalham nas suas faculdades por um espaço aberto e democrático, procuram uma Escola sem Racismo e lutam pela liberdade.


G.A.E. - Grupo de Acção Estudantil (ISCTE)
M.A.T.A. - Movimento Anti "Tradição Académica"
MISTA - Movimento por um IST Alternativo (Instituto Superior Técnico)
]MOVE[ - Movimento Aberto por Outra Vida na Escola (Instituto Superior de Agronomia)

terça-feira, 27 de março de 2007

As notícias de ontem, no Público e no Correio da Manhã, bem como as reportagens na TV, parecem ter mobilizado os estudantes para as urnas. Este ano até vimos o inédito das filas na direcção das mesas de votos. Esperamos pela divulgação dos resultados confiantes no espírito democrático dos estudantes como dizia o reitor.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Viva quem muda sem ter medo do escuro

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Manifesto

MANIFESTO
por uma escola livre e sem racismo

(A todos os Estudantes, Funcionários e Professores)


A Faculdade de Letras tem um passado de luta pela liberdade, contra
a opressão, a discriminação e a ignorância que não pode ser esquecido.
Desde a luta contra o fascismo em tempos de ditadura ao activo movimento
estudantil por uma escola aberta a todos, a faculdade marcou a sua
presença. Ao longo da História, estudantes, professores e funcionários
manifestaram-se contra as guerras, as desigualdades, o racismo, a
xenofobia, o fechamento e a intolerância, existentes dentro e fora da escola.

A nossa faculdade sempre soube olhar para fora, sempre soube que
através do conhecimento se combatem os preconceitos mais obscuros e
absurdos da nossa sociedade. A Faculdade de Letras é isso mesmo, a
experiência do ensino, do conhecimento e da partilha da diversidade
cultural, expressão da humanidade. É o espaço onde tem lugar o estudo das
várias Línguas, das diversas Culturas, das Artes e das relações que mantêm
entre si, da discussão, da crítica e do pensar, da análise da História, das
pessoas e dos lugares. Aqui conquista-se o espaço para a diversidade e para
um mundo mais justo, livre e consciente.

Não podemos, portanto, assistir passivamente às discriminações
racistas e a tentativas de intimidação de que têm sido alvo estudantes
dentro da faculdade ou a folclóricas mas preocupantes manifestações
neonazis como a que assistimos na passada quinta-feira, dia 15 de Março,
dentro do nosso espaço escolar. Não podemos compactuar com ideais
fascistas e discriminatórios, fechando os olhos às ameaças de violência e ao
mal-estar vivido pelos nossos colegas no dia-a-dia da faculdade. Só a
ignorância, o conformismo, a passividade e o vazio cultural deixam espaço
à intolerância e favorecem a cultura do medo e os novos obscurantismos.

A liberdade de expressão é inconciliável com a discriminação e a
apologia da desigualdade. É por isso que este espaço, que é nosso e é de
todos, foi, tem de ser e será um espaço de liberdade e respeito, desde os
bares aos corredores, passando pelas salas de aula, centros de investigação
e bibliotecas, bem como todos os lugares em que decorre a vida
associativa, departamental e institucional desta faculdade.

Todos nós, que estudamos e trabalhamos aqui e aqui vivemos e
convivemos, mulheres e homens de diferentes idades, nacionalidades e
cores, podemos e devemos tornar a Faculdade de Letras um lugar sem
racismo e sem discriminação, um espaço realmente aberto a todos,
onde todos possam estudar e trabalhar em liberdade.